domingo, 7 de setembro de 2008

Sugestão de site: Revista de Poesia Infantil e apresentação do livro " O caminho do pintor"

Recebemos como dica da editora Projeto a indicação do site de Poesia Infantil: Tigre Albino.


Encontraremos no Tigre Albino,, na edição de 15 de julho de 2008, uma apresentação realizada por Carlos Urbim (que já visitou a nossa Escola no projeto Adote) do livro "O Caminho do Pintor", de Celso Gutfreind(o escritor que nos visitará no dia 04 de outubro).

Abaixo, o texto de apresentação, retirado da página do site Tigre Albino:



Um pintor pra lá de original

O Caminho do Pintor.

Celso Gutfreind já desmascarou os monstros, tipo Lobo Babão, e os medos que afetam as crianças de todas as idades. Agora, o mestre em psiquiatria infantil – autor de O Pum e A Almofada que Não Dava Tchau, dois de seus livros mais divertidos – está brincando com as cores. O Caminho do Pintor, sua obra mais recente, é um delicioso passeio pelas sugestões que os tons ou nuances de cada cor proporcionam. E desta vez a diversão fica maior ainda porque a poesia do porto-alegrense Celso vem acompanhada de belas ilustrações do recifense Manoel Veiga.
Nem os daltônicos se atrapalham na trajetória criada pelo lirismo da história de um pintor de paredes sensível e, principalmente, bem humorado. Ele, claro, gosta de pintar, mas detesta roxo. Quando encomendam paredes dessa cor, pinta roxo de raiva. Adora, no entanto, quando pedem verdes, sua especialidade:
Uma vez pintei uma parede com dois tons: verde-claro verde-escuro. Outra vez pintei outra de três tons: claro, escuro e mais ou menos.
De tanto trabalhar para outros, sob encomenda, um dia o pintor do Celso encheu o saco. Começou a se pedir cores que lhe davam na veneta. Aí se tornou pintor de quadros, pois telas “são paredes pequenas onde a gente é que manda”. Foram nascendo telas cada uma mais interessante do que a outra: “Menino Olhando Pipoca”, “Pipoca Olhando Menino”, “Esquilo Com Coceira no Rabo”. As crianças apreciaram demais, os pais delas não. Até proibiram os filhos de olhar para os quadros do pintor de paredes. Então, o artista voltou a atender pedidos alheios, só que sem a alegria de inventar quadros:
De noite, na hora de dormir, ficava triste Dormia, sonhava com todas as cores do mundo. Os sonhos eram quadros maiores, sem paredes. Bichos corriam nos campos, sem cercas. De dia, era um pesadelo: os bichos ficavam presos e eu voltava a pintar paredes.
Enquanto a história se desenrola, as ilustrações de Manoel ajudam o leitor a ver melhor as sutilezas da poesia de Celso Gutfreind. Eles se conheceram em Paris, quando estavam aprofundando estudos e descobrindo novas maneiras de encarar a vida. Engenheiro eletrônico que virou aluno da Escola de Arte do Louvre, Manoel mescla desenhos com fotos digitais para compor os quadros que homenageiam o texto de Celso. O caminho do pintor continua. Se ele sonha coisas bonitas de noite, passou a sonhá-las como se fossem telas. Só que com movimento e sons. De dentro dos sonhos voltaram a ganhar vida o guri que olha pipoca, a própria pipoca a saltar e o esquilo coçador de rabo. Não deu outra: o ex-pintor de paredes, pintor de quadros solicitados por ele mesmo, se torna pintor de filmes. Tanta sonhação só poderia se transformar em roteiros cinematográficos, tão bonitos quanto os quadros cheios de cores, com muitos e muitos verdes, a especialidade maior. A gente chega ao fim da viagem de Celso e Manoel com uma imensa vontade de que algum cineasta logo descubra O Caminho do Pintor para dirigir uma dessas animações que ganham prêmios em festivais e arrebatam o público no escurinho dos cinemas.
Agora sou pintor de filmes. As crianças pedem para ver. Os pais levam e vêem juntos. Fiz um filme chamado “Menina dançando no sol, na tempestade e no sol”.

Carlos Urbim

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